A Índia registrou nesta quinta-feira (8) um novo recorde de novos casos confirmados (126.789), o terceiro em apenas quatro dias, e agora se aproxima dos 13 milhões de infectados.
O país sofre uma segunda onda de contágios com muitos infectados e poucas mortes. Foram 685 óbitos nas últimas 24 horas, o maior número desde novembro.
A Índia é o segundo país mais populoso do mundo (1,3 bilhão de habitantes), e o terceiro em número de casos (12,9 milhões) e o quarto em mortes (166 mil), segundo a universidade Johns Hopkins.
O recrudescimento da pandemia ocorre em meio a uma vacinação contra a Covid-19 ainda lenta (veja mais abaixo) e à proliferação de novas variantes, com o governo se recusando a impor um segundo lockdown nacional e diversas cidades impondo toques de recolher noturnos.
O estado de Maharashtra, cuja capital é Mumbai (o centro financeiro da Índia), é o mais atingido e tem sido responsável por metade das novas infecções.
O governo do primeiro-ministro Narendra Modi se recusa a impor um lockdown nacional, depois que o primeiro, ano passado, teve um forte impacto econômico. Mas Modi pediu aos estados que decidissem sobre a imposição de restrições locais para conter a disseminação do vírus.
Nesta quinta, em meio ao recorde de casos, o primeiro-ministro indiano tomou a segunda dose da vacina contra a Covid-19 e afirmou que “a vacinação é uma das poucas maneiras de derrotar o vírus”. “Se você é elegível para a vacina, tome-a logo”, escreveu Modi em uma rede social.
A Índia iniciou sua campanha de vacinação em janeiro e, até agora, mais de 90 milhões de trabalhadores de saúde e indianos com mais de 45 anos receberam ao menos uma injeção (e 11 milhões receberam as duas doses).
Aviso sobre falta de vacinas contra a Covid-19 em centro de vacinação em Mumbai, na Índia, em 8 de abril de 2021 — Foto: Francis Mascarenhas/Reuters
O país é o maior produtor e exportador mundial de vacinas, mas encontra desafios para imunizar seu 1,3 bilhão de habitantes. Na quarta-feira (7), o maior fabricante de vacinas contra Covid do mundo pediu ajuda financeira ao governo indiano.
O Instituto Serum disse que precisa de um financiamento adicional de 30 bilhões de rupias (US$ 408 milhões ou R$ 2,2 bilhões) para aumentar a sua capacidade de produção após o governo restringir a exportação de vacinas.
A Índia já aplicou mais de 90 milhões de doses, atrás apenas de Estados Unidos (171 milhões) e China (149 milhões), segundo o Our World in Data, projeto ligado à Universidade de Oxford.
O país é o segundo em vacinas aplicadas por dia (média de 3,5 milhões na última semana), atrás de China (4,2 milhões), mas passou à frente dos EUA (3 milhões) na segunda-feira (5).
Mas a Índia tem uma vacinação proporcional à população ainda pequena (6,54 doses a cada 100 habitantes), atrás da média mundial (9,11) e de outros países dos Brics, como Rússia (8,94), China (10,36) e Brasil (11,38).